terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

De volta ás cinzas

Eu vi-te sentado a olhar para o por do sol prestes a desaparecer, apenas vi a tua silhueta na pouca iluminação que havia por entre as cinzas que caíam do céu Cinzento...sozinho e naquele monte de pedras empilhadas em forma de Coração, que de alguma forma se sustentavam sozinhas desafiando as leis da gravidade.
Não sei porquê aproximei-me, embora me fosses desconhecido, e á medida que o fazia a escuridão envolvia-me...
Estendi o braço para te tocar no ombro, parecia que á medida que me aproximava, tu te afastavas em direcção aos últimos raios solares que se desvaneciam no horizonte...
-Espera!- Gritei-Porque te vais?
Não me respondes-te, continuas-te sem me dar ouvidos.
Comecei a correr para não te perder de vista, fechei os olhos para não que as cinzas não se entranhassem pela pele fina dos meu olhos. Quando perdi total noção do sitio onde estava bati contra o que parecia um muro de cimento..."abro os olhos para o contemplar"...e vejo-te de novo, virando lentamente as costas para os raios que desapareceram naquele preciso instante deixando apenas a escuridão a sobrevoar as nossas cabeças. Neve branca caía envolvendo-se com a cinza manchando... a pura neve branca.
Levantei-me e aproximei-me de novo para te ver melhor.
-Quem és?- dizia eu enquanto me aproximava.
Ouvi uma voz inconfundível que me deixou paralisado, aterrorizado...
-Alguém que á muito tempo esqueces-te e abandonas-te, alguém que culpas-te e que nunca perdoas-te, alguém que desistis-te e de ti Exorcitas-te.
Não!! Impossível!!!-Gritei com todas as minhas forças.
-Sou eu tua Sanidade e Bondade, tua Verdade e Vontade, Tua Voz interior e Santo Protector...Eu sou o que antes foste a agora perdeste, eu sou TU(agora desiludiste-me num desgosto profundo)

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