Bruto, imundo, caio dentro de um poço de água gélida e arrepio-me da cabeça aos pés com um movimento ondular, que não sei porquê deixou-me a derivar no meio daquela água fria que me entrava pela boca e afogava cada palavra que tentava gritar...
Corpo paralisado, como se fosse uma marioneta usada com as cordas cortadas para nunca mais poder ser controlado...por um lado até é uma boa notícia, embora frio e sem agasalho no meio de tanta tempestade, é bom poder controlar os meus braços de novo, as minhas pernas de novo, controlar-me...perceber-me...esquecer.
É estranho saber tão bem perder-me assim num poço, por muito estranho que pareça ainda não cheguei ao fundo...espero calmo, de olhos fechados enquanto que afundo, á espera...submerso, aguardo que acção da gravidade leve a melhor...aguardo...de olhos fechados...afundo...a ouvir o batuque pendular da minha pulsação...a palpitação...afundo calmamente, afogo silenciosamente.
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